A Black Friday está aí. Tal como todos os anos, as caixas de e-mail explodem, os feeds das redes sociais enchem-se de contagens decrescentes e as lojas online exibem descontos de 50%, 70% e até 90%. Para ti, parece ser a grande oportunidade de poupar. Para muitas empresas, é o momento de escoar stock acumulado e bater recordes de faturação. Mas será que esta euforia coletiva é realmente sustentável? Para o planeta, para as finanças das famílias, para a credibilidade das marcas?
A pressão do consumo impulsivo
Estudos recentes — como o relatório da Greenpeace de 2024 sobre fast fashion e eletrónica — mostram que cerca de 40% das compras realizadas na Black Friday são impulsivas e, muitas vezes, completamente desnecessárias. Em Portugal, segundo dados do INE e da DECO, o endividamento das famílias aumentou 18% no mês seguinte à Black Friday de 2024, sobretudo devido a compras a crédito.
Quem trabalha com software de gestão empresarial conhece bem este ciclo. Nos meses anteriores à campanha, o stock cresce exponencialmente. Durante a Black Friday, aplicam-se promoções agressivas para “limpar” armazéns e, em janeiro, chegam devoluções em massa — em alguns setores, entre 30% e 40% dos artigos vendidos. O resultado é desperdício de recursos, pressão sobre margens de lucro e um contributo direto para uma cultura insustentável de hiperconsumo.
Responsabilidade empresarial: muito além do desconto fácil
Ter campanhas de Black Friday não significa abdicares dos teus valores. Significa, sim, planeares promoções que façam sentido para o teu negócio e para o cliente, evitando a armadilha do “quanto mais vender, melhor”. Com as ferramentas certas e uma estratégia consciente, consegues transformar a Black Friday num momento de crescimento saudável.
Uma das chaves passa por fazer previsões de procura realistas, usando histórico de vendas, sazonalidade e até machine learning para evitar excesso de stock e a necessidade de descontos absurdos. Em vez de “tudo a 70%”, aposta em promoções sustentáveis e transparentes. Descontos honestos (sem inflacionar preços semanas antes, prática cada vez mais penalizada pelos consumidores e pela ASAE), bundles inteligentes e programas de fidelização que recompensem escolhas conscientes, como entregas verdes ou embalagens reutilizáveis.
A tua comunicação também deve ser clara e sem truques. Indica sempre o preço real em comparação com o preço promocional, o stock disponível (para evitar carrinhos abandonados e frustração) e, quando fizer sentido, o impacto ambiental do produto. Os consumidores de hoje valorizam marcas que não os tratam apenas como alvos de marketing.
Outro ponto crítico é a gestão eficiente de devoluções. Com um ERP atualizado, consegues antecipar picos e preparar uma logística inversa sustentável, reduzindo custos e desperdício. Algumas empresas portuguesas já aderiram ao conceito de Green Friday, em que parte das vendas reverte para projetos de reflorestação ou descontos aplicados apenas a produtos sustentáveis e recondicionados.
Software de gestão para uma Black Friday mais inteligente
Um sistema de gestão moderno permite-te analisar, em tempo real, a rentabilidade de cada campanha, controlar stock em todos os canais, segmentar clientes e enviar promoções personalizadas — em vez do bombardeamento genérico — e até medir o impacto ambiental da operação, desde emissões de CO₂ por encomenda até taxas de devolução.
Empresas que investem nestas ferramentas participam na Black Friday sem comprometer margens nem princípios.
A Black Friday pode (e deve) ser diferente
A Black Friday não precisa de ser sinónimo de consumismo desenfreado. Pode ser uma verdadeira oportunidade de poupança para o cliente e de crescimento saudável para a tua empresa, desde que planeada com inteligência, transparência e responsabilidade.
Em 2025, os consumidores estão mais atentos do que nunca. As marcas que insistem no modelo “quanto mais desconto, melhor” arriscam perder credibilidade a longo prazo. As que apostam em promoções honestas, stock controlado e comunicação transparente saem reforçadas — e com clientes fidelizados.


